17% dos funcionários da Refinaria Abreu e Lima, são Analfabetos.

Uma pesquisa interna da Petrobras apontou que entre os funcionários das obras da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial Portuário de Suape, 17% são analfabetos absolutos ou funcionais. É a mesma situação de muitos outros canteiros de obras de empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ontem, o presidente da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, vereador Gessé Valério, dirigiu uma audiência pública para debater a questão da inclusão dos trabalhadores do canteiro de obras da Petrobras no Porto de Suape - questão que começa justamente na alfabetização. Nessa amostragem foi ainda detectado que 21% dos trabalhadores têm apenas o Ensino Fundamental 2 e 50% com Ensino Médio.


“É o ponto de partida para a melhoria da educação e capacitação profissional. Hou­ve alguns acidentes de trabalho que poderiam ter sido evitados se houvesse capacitação. O analfabetismo é um obstáculo à capacitação”, destacou o representante da Petrobras na audiência, Anderson Magalhães. O professor Enio Camilo, membro do Ministério da Educação (MEC), destacou que hoje há 401 escolas técnicas no País e outras 200 estão sendo construídas pelo atual governo. “Essas pessoas estão sendo capacitadas, mas precisamos pensar como e para qual finalidade”, comentou.
De acordo com Camilo, a ideia prioritária é focar nas obras em Pernambuco, “zerar a questão do analfabetismo na obra, elevar a qualificação e capacitar”. “Estamos na fase de estudo. Pernambuco vai ser o estado piloto e o projeto será levado a todas as 12 mil obras do PAC”.


Ainda de acordo com o presidente da Câmara , Gessé Valério, em 60 dias será apresentada aos governos Estadual e Municipal uma proposta para criação de um “termo de ajuste de conduta” que obrigue às empresas que se instalarem no Porto de Suape e entorno a reserva de 20% a 30% das vagas para pernambucanos.